terça-feira, 29 de setembro de 2009

still [1]

Por essas fotos, é impossível dar crédito pra alguém, já que a câmera de still rodou na mão de quase toda equipe.
De qualquer forma, mesmo tendo sido tiradas em set, são fotos mais do pessoal e menos do processo de realização. É que, de tanto que citei os nomes da galera por aqui, achei que seria legal mostrar quem são essas pessoas.


Usando as cabeças como referência, da parte superior da foto pra inferior.
Peska, Morotó, Giselle, Bernardo, Rufino e Marcelo:



Lia:



Eu e Giselle:



Da esquerda pra direita; Bruno, Pequeno, Pedro, eu, Giba e Morotó:



Godoi:



A Mari vai chiar quando ver essa foto, mas, como ela não parou quieta, dessa câmera, quase não tem foto dela:



Peska e Rufino. Ó o relax da equipe de som:



A equipe de arte e a birra com o leão. A parada é que a personagem tinha que mover um dos prêmios em cena, aí eles queriam que fosse um dos prêmios que tinhamos lá e eu queria que usássemos esse leão - que não é um prêmio - para tal fim. Achei que, se usasse um prêmio autêntico, o curta podia parecer estar levantando a bandeira de algum festival. Agora, no meio de um monte de prêmios, esse leão passa batido como um deles. Não duvido que se eu tivesse dito desde o início que se tratava de um prêmio autêntico ninguém reclamaria. =)
Junior, Mayara e Lia:



Não, não é uma boyband. Da esquerda pra direita; Giba, Morotó, Pedro, eu e George.
O George é parceiro da época de facul. Assinou como primeiro assistente no primeiro curta que dirigi e vive viajando pra fazer cursos e tudo mais. É sempre bom ter ele por perto; nos ajudou com o making of, com as fotos de still e ainda cedeu alguns kinos da produtora dele, a Arcos Filmes. Tô devendo a logo dele por aqui e nos créditos do filme.



Agora sim, isso é uma boyband; Marcelo, Bruno e Morotó:
=)



Reparem como essa foto bizarra parece ter sido cuidadosamente montada:



Enfim, ainda tem um monte de foto espalhada por aí, portanto, vou postando elas aos poucos, assim que o pessoal me enviar.

Deu saudade do set agora.

Mikael Santiago

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

primeiro corte

Bom, o primeiro corte do INVERNO está fechado. Ainda falta gravar a voz do personagem do marido ao telefone, mas só isso. O Pedro já começou a outra parte do trabalho que ele curte fazer: marcação de luz no Color. E aí, depois disso, é só definir o corte e cair em cima da edição de som.

Uma coisa que está me preocupando é a duração do curta até agora: quase 15 minutos. E olha que ainda não inserimos os créditos de abertura e de encerramento. A minutagem que fiz antes de rodar tinha marcado aproximadamente 12.

Bom, ao assistir esse primeiro corte, a impressão que tive é a de que não seria boa idéia diminuir o tempo dos planos.
Parte da proposta da coisa é investigar a situação de ANA de forma bastante naturalista e evitar que os acontecimentos ao longo da trama se tornem chamarizes para si mesmos. E, ao determinar o tempo de um plano e fazer com que ele dure o suficiente para atender somente aos beats dramáticos, eu estaria favorecendo essa leitura.

Portanto, os acontecimentos existem, estão lá, mas tento estimular a percepção de que esses elementos têm um peso de importância equivalente a outros - como ao tempo, por exemplo - na hora de fazer a personagem e o enredo avançar.

Há ponto de virada, clímax e desfecho no enredo?
Eu sei que é um tanto suspeito, mas eu vejo tudo isso.
Mas sei também que eles não são do tipo que algumas convenções sugerem, que permitiria que, sem muita dificuldade, a gente detectasse a marca que se forma na passagem de uma fatia do enredo - que atende a uma função específica (apresentação dos personagens, apresentação do conflito etc) - para outro - que atende a outra (ponto de virada, desfecho etc).

Um aspecto interessante que pode ser dito é que, como forma de complementar essa proposta, a câmera do curta pretende contar. Mais do que através do que ela registra: pela forma como a faz. Me explico, já que esse é um conceito um tanto óbvio e para que não fique a impressão de que fiz uso de enquadramentos requintados e mirabolantes, com movimentos que mais parecem querer vender o diretor do que atender às necessidades do enredo.

A câmera do curta é uma câmera que investiga discretamente, que se mostra viva, quente e presente diante de uma relação delicada de solidão e frieza. O conceito usado pra definir essa opção – a de uma câmera na mão, “viva” – é basicamente o de tentar construir algo que, através da racionalidade ou sensoriedade, podesse sugerir ao espectador a percepção de estar assistindo a tudo que se passa mediante o ponto de vista de um terceiro (pensei em colocar 'quarto', já que 'o terceiro' sou eu mesmo, o diretor. enfim). Mas esse 'terceiro' a que me refiro é mais como uma sensação de que realmente há alguém ali - uma presença física no ambiente da encenação e, de certa forma, fazendo parte dela - acompanhando a personagem. No entanto, como o desenvolvimento das cenas evidencia o estado de solidão em que essa personagem se encontra, fica a outra sugestão: a de que, por fim, a solidão se estabeleceu e adquiriu corpo. E é esse corpo quem cumpre a função da presença.
Pra definir mais genericamente, seria como dar o nome de “a câmera subjetiva da solidão”, ou, "a presença da ausência".

Enfim, essas idéias e conceitos, assim, de forma escrita, podem parecer bastante pretensiosas, mas a coisa é mais simples, na verdade.

Amanhã tem almoço com a equipe e exibição do primeiro corte na Metrópole. Espero que o encontro renda.

Festival do Rio bombando, mas prometo voltar logo com algumas fotos de still.

Mikael Santiago

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

do set para o blog

Fim das gravações! Dia estressante, corrido e de atrasos.
Nem sempre as coisas saem exatamente como a gente quer - a vida é assim mesmo.

De qualquer forma, estou bastante satisfeito com o "resultado". Bem, ainda não o vi, na verdade. Mas o fato é que estou satisfeito, independente dele.

Vou nessa pra ajudar o pessoal a desproduzir o set!
Volto com mais notícias!

Vamos bebemorar!!!

Mikael Santiago

terça-feira, 8 de setembro de 2009

gravações [2]

Mais um final de semana de gravações corrido. Finalizamos todas as cenas do consultório, da piscina, do carro e da pele da Giselle.

Foi trabalhoso e um tanto estressante, mas a coisa tá ficando bonita.

Sábado foi bom. O Giba - novo reforço da equipe de produção - deu uma moral violenta nas retiradas de equipamento e em outras coisas, até que o cabo da embreagem de seu carro partiu e ele teve que ir com o reboque. Mas, apesar de morar longe da locação, não demorou e lá estava ele de volta, no set.

O set estava cheio. No elenco tínhamos a Giselle, o Garcia e a Mabel, fora os figurantes (alguns da própria equipe). O Mário também tava lá com a ótima barriga que fez - o resultado ficou impressionante.
O Garcia é ator e dublador; conhecido da faculdade. Fiz uma leitura rápida com ele e fechamos. A Mabel foi indicação do Junior, um amigo de data. Ótima indicação, diga-se. Falei com ela por telefone e ela se mostrou muito solícita desde o início. Depois que leu o roteiro avisou que não tinha mistério algum; me passou tanta confiança que nem fizemos uma leitura antes do dia da gravação. Em set, claro, fizemos.

Tive uma leve discussão com o Pedro em relação a cena do exame de ultra. A luz não estava exatamente como eu tinha imaginado e disse isso à ele. Sugeri algumas coisas e ele não gostou dessa intervenção. Tá certo, eu sempre me meto em tudo, talvez até demais.
Mas me parece que isso podia ter sido evitado se tivéssemos discutido mais as coisas durante a pré-produção. De qualquer forma, no fim das contas, a união dos talentos dele e do Bernardo, mais a dedicação do restante da equipe de foto garantiu um resultado excelente. Nos acertamos e fechamos o dia bem.

Domingão: mais estresse e mais beleza.

Pra começar, cheguei atrasado na locação. Aí, merecidamente, recebi aqueles olhares desaprovadores de quem já tinha chegado, inclusive da Giselle.

Depois, o pessoal que ia fazer figuração na piscina resolveu aproveitar o feriado e viajar, aí tivemos que apelar pras meninas da equipe - Mari e Mayara. E elas aceitaram, meio que à contragosto.

A Lia não quis entrar de jeito nenhum, já o Marcelo nem exitou, foi o primeiro a dar o mergulho - o único que ficou amarradão na idéia. Quer dizer, eu também tava, mas tinha que dirigir a parada. Sacumé, ao contrário do que algumas pessoas podem pensar, dirigir um curta de baixíssimo orçamento não é nada mole.

Enfim, os planos da piscina ficaram lindos; exatamente como imaginei. Agradeço a Mari e a Mayara pela força que deram.

A Giselle convidou uma amiga pra fazer parte do elenco também: Carla (putz, eu preciso pegar o sobrenome do pessoal do elenco, isso é importante pra eles) (vou pegar e posto aqui depois). A cena consiste basicamente na reação de Carla ao perceber que sua bolsa havia estourado e que, portanto, chegara a hora de dar à luz.
Quando fizemos o primeiro ensaio confesso que fiquei surpreso com o naturalismo que sua interpretação imprimia - tudo na medida, sem os excessos que uma cena desse tipo pode fazer despertar.

Posto o frame da cena que o Bernardo me mandou agora por MSN:



Aí almoçamos, desproduzimos e partimos para a Metrópole. Mais tarde, lá mesmo, fizemos os planos em macro com a camereta da BL referentes às partes do corpo de ANA - um dos inserts do roteiro. Vocês conseguem imaginar uma câmera old school, do tipo que é de ferro, pesada, num formato esquisito, só com uma lente macro, feia, que dá choque e ainda assim tem o charme da década de 70? Então.
Optei por ela por conta da textura que dá à imagem e pela força dramática que isso oferece à cena. Aliás, num curta onde um dos sentimentos que se pretende vasculhar é a nostalgia, é interessante o uso de uma câmera dessas.
Sou suspeito pra falar e já tá até ficando chato isso, mas ficou lindo.

Agora, a gambiarra que o Pedro fez pra botar a camereta pra funcionar foi digna de Magaiver. Só sei que ela chegou pra gente sem o cabo que a ligaria na bateria e vi o Pedro futucando com fios e fita isolante. Na verdade, a fita isolante veio depois de ele tomar alguns choques. Valeu o esforço!

Bom, só falta um dia de gravação, matamos tudo essa semana. Sorte pra nós!

Mikael Santiago

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

gravações [1]

O primeiro final de semana de gravações foi muito bom, matamos todas as sequências do apartamento: quarto, sala e varanda.

Eu e a Mayara discutimos um pouco por causa do figurino - uma das blusas que ela escolheu e que eu tinha gostado foi vendida na loja que está nos apoiando; ela teve que trazer outra de última hora. O problema é que eu não curti essa blusa nova e decidi, com a sugestão do Morotó, que a Giselle devia vestir um casaquinho verde da Mari - o mesmo que ela estava usando no dia que tiramos as fotos de referência. Aí foi a vez da Mayara não gostar da idéia e, no fim das contas, acabamos usando as duas opções: a blusa que ela queria por baixo do casaquinho que eu gostava. Pra mim, foi melhor assim, mas tenho a impressão de que ela não se acostumou com o resultado.

O primeiro dia foi mais tranquilo; menos planos. O segundo é que foi cansativo. Uma coisa pode ter influenciado: no segundo dia, tinha muito mais gente em set do que no primeiro, e ainda tinhamos planos e cenas mais complicadas de serem gravadas.

A cena do telefonema final, por exemplo, nos consumiu algumas horas. Se não me engano, chegamos a fazer uns 20 takes por diversos motivos: som, enquadramento, problema no telefone (explicarei), interpretação, lágrimas e tudo mais.

Me explico:
Durante os ensaios, eu fiz a voz do marido de ANA na cena do telefonema com a Giselle e resolvi que, no momento que fossemos rodar, eu faria a tal voz. Não como a voz oficial do marido no curta - nesse caso, será outra pessoa que fará, na pós.
Mas, durante a encenação, com a câmera rodando, a Giselle realmente discava no celular e eu, em outro cômodo, atendia a ligação e "interpretava" o marido. Eu não sou ator, mas é que ensaiei tanto que a coisa ficou razoável - depois posto o video do making of e cada um que tire suas conclusões.

Enfim, o primeiro take foi muito bom, com excessão da "lágrima" que caiu demais do conta-gotas. Depois, como falei, cada hora tinha um motivo diferente para o "corta!". Pra piorar, era difícil assitir a cena no monitor e "interpretar" o marido ao mesmo tempo, aí eu resolvi colocar o Morotó pra assistir o plano em tempo real e eu revisava depois de cada tomada.

Logo após uma das tentativas, o Morotó observou que, pela repetição, a coisa estava começando a ficar mecânica e isso estava prejudicando a Giselle.

Decidimos parar e dar 10 minutos de pausa pra tomar ar, trocar idéia e curtir a espetacular vista que a varanda da locação oferecia. A idéia era esquecer o plano e voltar com o gás e o frescor de um primeiro take.

Durante a pausa, matutei e achei por bem mudar o texto das falas do marido na intenção de surpreender a Giselle durante a cena e tentar estimular nela algum sentimento "novo". Antes de rodar, avisei que eu poderia mudar alguma coisa do texto, pra não ter o risco de ela cortar a cena com o susto. Foi o que fiz, mudei radicalmente alguns diálogos e não deu outra: Bingo!

Só como exemplo, logo no início da ligação a personagem pergunta se seu marido pode atendê-la; ele diz que sim e pergunta como ela está. Quando a Giselle deu o texto com a pergunta, eu respondi "não, mas já que você ligou, como está?", e segui com outras mudanças.

Resultado: a ação fluiu melhor, assim como no primeiro take. Todos os outros fatores também funcionaram e, então, matamos a primeira e mais difícil cena do dia. A Giselle está de parabéns, sua interpretação ficou bem emocionante. Aliás, ela provou no ensaio que não precisa de conta-gotas e que, interpretando a ANA, se emociona mesmo. Mas é que o plano era muito específico e um tanto esquemático: pra mim, havia um tempo certo pra lágrima entrar em quadro e, quando a gente chora, não dá pra controlar esse tipo de coisa.

Bom, eu e Pedro fizemos um "teaserzinho" agora pro pessoal ver. Quem quiser assistir com mais qualidade de imagem, é só abrir direto no Youtube e clicar em "HD".
Espero que gostem:




Mikael Santiago

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

sem sono

São 4:19 da madruga; tenho que estar em set daqui a pouco pro primeiro dia de gravações e o sono não vem. Tá tudo resolvido pra amanhã, tudo tranquilo, traquilo mesmo.

Fiquei virando de um lado pro outro na cama até que resolvi vir dar uma olhada na caixa de email e no fórum virtual sobre cinema que participo. Sabe como é, ler é uma atividade boa pra relaxar antes de uma soneca. Terminei o Crônicas de Um Amor Louco, do Bukowski, esses dias, e sempre lia um ou dois contos antes de ir dormir - todos geniais, por sinal.
Enfim, abri meu email e vi que o Pedro tinha me mandado dois. Um com os mapas de luz pra eu imprimir e levar amanhã (hoje) - eu tinha esquecido completamente disso; devo dormir mais rápido agora que os imprimi. E o outro, com o título de "INVERNO", um pouco mais carinhoso, que tomo a liberdade de expôr:

"Galera, venho por meio deste e-mail nos desejar uma ótima filmagem; amanhã é o nosso dia!!
Primeiro curta oficialmente da Metrópole, sei que temos tudo pra dar certo, e vamos dar certo!!

Que venham todos os festivais =p

Grande abs a todos, :)"



Ia começar a explicar esse lance de "primeiro curta oficialmente da Metrópole" e bocejei. Explico depois.

Antes de voltar pra cama, posto os tais mapas:








Boa noite aê!

Mikael Santiago

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

"foto-storyboard"

Como prometi há algum tempo, posto agora algumas das fotos que tiramos nas locações como referência pros enquadramentos. A Mari foi a nossa stand-in.

Sequências do carro:




Sequência da varanda:



Sequência do escritório:






Mikael Santiago