quinta-feira, 30 de julho de 2009

Giselle Lima




Uma coisa é fato: apesar de ter a idade aproximada da personagem, a Giselle imprime ser mais nova do que é, e isso não é muito bom. Pessoalmente, talvez pela sua postura, ela me pareceu ser mais madura do que as fotos podem sugerir.

Enfim, o figurino e a maquiagem terão que, talvez, repensar algumas coisas. Não sei bem se as escolhas que a Mayara fez - e que eu gostei - podem ajudar a favorecer a impressão de que a personagem tem uns anos a mais. Quer dizer, não sei mesmo, talvez tudo se mantenha, mas quero pelo menos tocar no assunto com a Mayara e com o junior pra saber o que eles acham.

Vou nessa! ê friozinho bom pra ver filme...

Mikael Santiago

quarta-feira, 29 de julho de 2009

leitura com Giselle

Ontem conheci e fizemos a primeira leitura com a atriz Giselle Lima, a mulher que interpretará ANA no INVERNO. Estávamos eu, Morotó, Mari e Elisa (o novo reforço da equipe de produção).

A Giselle atuou no recente curta do Godoi e eu pedi pra ver o teste de elenco dela e algumas cenas do curta ainda em fase de montagem. Gostei do que vi e convidei ela pra essa leitura.

Comecei perguntando quais foram as impressões que ela teve ao ler o roteiro e, pra descontrair, pedi pra ela pular a parte da puxação de saco. Enquanto ela falava, uma coisa que disse me chamou atenção; foi algo mais ou menos assim: "apesar de eu não ter a mínima vontade de ser mãe"...
Entendi que ali havia algo que podia ser desenvolvido e exercitado para uma aproximação maior entre a Giselle e a personagem, e que, como o Morotó bem observou, ainda poderíamos usar um pouco dessa "não vontade" dela a nosso favor, já que a personagem ANA é uma mãe de primeira viagem que, talvez pela ausência do marido, se mostra um pouco temerosa em relação a gestação.

Bom, aí começamos a leitura. A Mari lia as ações, o Morotó "fazia" os outros personagens, a Giselle interpretava sua parte e eu observava. Nossa, como é bom ver um personagem seu ganhar vida bem na sua frente; dizer, como se pertencesse a mais pura realidade, coisas que você escreveu.

A Giselle definiu bem a personagem: "ela é serena", e eu acrescentei: "e ela é independente, assumidamente só". Era essa a combinação que via enquanto obervava Giselle.

É claro que, numa primeira leitura, nem tudo sai exatamente como imaginamos, e, interpretando, o ator depende da relação que há entre seu personagem e os outros, ou na sua relação com o ambiente, cenário, enfim - vai sempre depender da proposta do projeto -, mas o fato é que me parece que o ator alimenta seu personagem através da relação que há entre ele e os outros elementos que compõem e fazem parte da narrativa, sejam eles quais forem.

Talvez por isso a Giselle não tenha ficado tão à vontade na passagem de uma das cenas mais importantes do roteiro. O Morotó não é ator, por isso ele não pôde oferecer o que a Giselle precisava no diálogo entre ANA e seu MARIDO: interpretação e reação dramática.
É como falei, um ator precisa da relação entre seu personagem e um outro elemento pra se manter firme dentro de um universo ficcional. No caso de um diálogo entre dois personagens - e era exatamente esse o caso -, o ator precisa da ação/reação do outro pra dosar a carga de sua ação/reação, numa relação onde a complementação dita o ritmo e a intensidade da coisa. Porém, o que aconteceu não foi isso: a Giselle dava seu texto com a intenção dramática que achava conveniente e o Morotó, por não ser ator e por precisar ler o roteiro para acompanhar a cena e pegar sua "deixa", recebia isso apenas como texto, e, como não podia oferecer nada além disso, ele simplesmente respondia lendo o diálogo de forma seca e dura. A Giselle, por sua vez, ao receber o texto lido como reação, não conseguia estabelecer essa relação de sustento, e teve que buscar força não sei de onde pra fazer sua personagem resistir e trazer a coisa novamente para o drama. E lá estávamos nós no meio dessa guerra curiosa e agoniante entre ator e não ator que durou até o fim da sequência.

É claro que não culpo o Morotó, pelo contrário, eu o agradeço: assim, conseguimos identificar que a Giselle, além de sincera - já que ela podia ter "atuado" desde o início dizendo que não vê a hora de ser mãe e tudo mais -, é talentosa.

Uma curiosidade: lá pelas tantas, a Giselle disse que só não come três coisas - abacaxi, panetone e azeitona. Logo azeitona, pô?! No roteiro há uma cena em que a personagem come azeitonas enquanto assiste TV, e eu gosto da idéia de serem azeitonas! Enfim, ainda não sei o que faremos...

Pra finalizar, eu pedi pra ela dizer o que achava da sequência final - queria saber o que aquela encenação lhe dizia, se é que dizia alguma coisa. E ainda bem que o Morotó me soprou horas antes que eu devia perguntar isso antes de eu mesmo dizer os significados que encontro, por que aí, se eu tivesse dito, eu teria perdido a chance de constatar que a leitura dela era, genuinamente, exatamente como a minha. Só faltou o making of registrar.

Mikael Santiago

segunda-feira, 20 de julho de 2009

arte e figurino

Ontem tivemos uma reunião "geral" na Metrópole. Coloco entre aspas por que houveram alguns desfalques importantes por conta de problemas pessoais de uns, trabalho de outros e a viagem do Morotó para PE, que aproveitou as férias e foi matar saudade da família.

Enfim, éramos só 7, mas como tudo tem o seu lado bom, pelo menos nos focamos em discutir com o Junior e com a Mayara alguns detalhes importantes sobre a arte e figurino.

O Junior sugeriu que colocássemos, em determinados pontos da casa, objetos que apontassem a chegada próxima de um bebê no universo daquela família. A Mari pareceu concordar com ele e eu confesso que, inicialmente, fiquei com um pé atrás. Primeiro pelo fato de que a família do enredo ainda não saberia o sexo do bebê, já que a ultra-som para esse fim ainda não teria sido feita; aí falaram da possibilidade desses objetos e roupas serem mais "genéricos", do tipo que serviriam tanto para um menino quanto para uma menina - que é o que, supostamente, os pais e mães mais ansiosos fazem quando querem começar as compras antes de descobrirem o sexo da criança.

Ainda assim, eu continuava achando um pouco forçado o lance de colocar algumas coisas referentes ao bebê pelo apartamento, e demorei a perceber que isso se dava por um simples motivo: só eu visualizava o filme em planos - eles ainda não tinham visto a decupagem - e, como a maioria dos planos do filme são fechados na personagem, pra mim, não estava fazendo sentido colocar roupas, objetos ou seja lá o que for compondo esses quadros. Afinal, foi como ironizei injustamente na reunião: onde é que o sapatinho entraria, pendurado em um dos ombros da personagem?
Naturalmente, o pessoal da arte tem uma visão mais ampla e menos recortada de uma locação; eles imaginam tudo que entrará num apartamento até que o diretor os mostre a decupagem e os faça visualizar a coisa da mesma forma que ele, em planos; e minha falha, mesmo parecendo tão óbvio agora, foi não detectar isso a tempo de evitar um certo incômodo do Junior, que, não estando totalmente errado, se irritou um pouco com as intervenções do Marcelo. Mas tudo numa boa, sempre.
Depois que mostrei alguns planos e expliquei ao Junior essa minha opção por planos mais fechados, ele pareceu entender e concordar.

Se na decupagem tivesse mais planos abertos do ap, até que poderíamos salpicar, de forma sutil, esses adereços infantis pela locação. De qualquer forma, enxergando que o Junior tem certa razão no que diz, o que ficou resolvido é que, nos planos menos fechados, mesmo estando fora de foco, colocaremos alguns objetos muito delicadamente.

A Mayara já tinha me enviado por email a decupagem de figurino e me falado um pouco sobre ela por MSN, mas pessoalmente o entendimento é sempre mais fácil. Gostei das opções que ela deu, tirando o esmalte na unha, e consegui visualizar uma mulher clássica, antenada e discreta. Bingo!

Depois posso colocar aqui algumas fotos de referência que ela pegou pela net.

A reunião prosseguiu com a Mari dando a boa notícia de que estamos um pouco à frente do cronograma, mas deixou clara a sua preocupação com o departamento de arte, que, segundo ela - e ela é a pessoa mais indicada pra detectar essas coisas - é a equipe mais "atrasada" (mesmo ainda estando adiantada? agora fiquei na dúvida). Enfim, o fato é que o pessoal da arte e da produção são os que mais têm trabalho a fazer nessa pré-produção, aí é bom ficarmos com a atenção dobrada no que diz respeito a esses setores mesmo.

É isso; se tudo der certo, Morotó chega amanhã e conversaremos sobre o plano de filmagem e análise técnica. Ainda temos que fazer uma leitura com uma atriz amiga da Mari e estou tentando fechar com uma ex-professora minha pra que ela faça a preparação do elenco. Essa é, sem dúvida, minha maior deficiência e, se ela topar, devo aprender bastante acompanhando o processo. Tomara que role. Manterei todos informados.

Mikael Santiago

quarta-feira, 15 de julho de 2009

locações

A equipe de produção - inclusive o Renan - deu uns telefonemas e arrumou umas locações para visitar; foram nelas, tiraram fotos e fizeram videos pra me mostrar.
Pelo o que parece, o Godoi gostou da idéia, tanto que tirou onda e tudo, como vocês podem ver nos seguintes vídeos editados por ele mesmo:





Apesar de saber que eu prefiro uma piscina coberta, ele aproveitou para fazer essas imagens da piscina do clube, enquanto o visitava para ver o estacionamento:



Vi esses e outros arquivos (postarei mais tarde) e conversamos sobre as impressões que eles tiveram ao observar as locações pessoalmente; aí selecionamos as que mais agradavam; e lá fomos eu, Mari, Pedro e Bernardo - afinal, é o pessoal da foto quem mais encrenca com essas paradas.

Gostei de tudo que vi; a dupla da foto também - de umas mais e de outras menos - mas todas as locações, com os devidos ajustes, podem funcionar para o filme.
Aproveitamos a presença feminina da Mari e tiramos novas fotos, dessa vez com enquadramentos mais próximos do que visualizo, usando-a como "stand-in". Depois coloco essas fotos aqui também.

Bom, encerro a postagem empolgado: parabéns aê, equipe de produção!

Mikael Santiago

sábado, 11 de julho de 2009

a equipe

Como já tenho feito, eventualmente, citarei nomes do pessoal da equipe por aqui. Aí pra ficar claro qual é o departamento de cada um resolvi postar essa lista:

DIREÇÃO
Mikael Santiago
Eduardo Morotó

PRODUÇÃO
Marianna Rhosa
Vanessa Souza
Bruno Nunes
Eduardo Godoi

FOTOGRAFIA
Pedro França
Bernardo Jacob
Marcelo M. Santiago
Renato Farias

ARTE
Junior Paixão
Mayara Lepre
Thaise Kellen

SOM
Leandro Silveira
Fernando Rufino

_________

Sobre o "Brilho Eterno...", nhé. Fiquei de chato da parada na discussão pós-sessão. Fui o único que achou o filme bocó. Aliás, eu era o único que ainda não o tinha visto.

O que ouvi falar bem do roteiro por aí, me fez lembrar que, às vezes, algumas pessoas associam complexidade com boa qualidade. Não duvido que o roteiro tenha uma trama complexa, mas ainda acho que ela é mais forma que conteúdo.
A impressão que tive pode ser ilustrada da seguinte forma:
É como se, para chegarmos ao resultado de número "2" em uma conta, fizessemos um cálculo absurdo com números e equações astronômicas, sabendo que poderíamos ter somardo logo o simples "1+1". Enfim, esse blog aqui é sobre o INVERNO, e as câmeras na mão do Brilho Eterno me ajudaram a visualizar melhor o conceito de decupagem que eu já tinha em mente.

Vâmo em frente!
Mikael Santiago

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Renan e sua boa angústia

Bom, pra quem não sabe, o Renan - companheiro de ap, sócio e primeiro produtor do curta - teve que abandonar o projeto INVERNO depois de poucas semanas de pré-produção. Mas foi por uma boa causa: ele está, pela segunda vez, como estagiário de produção em um longa-metragem produzido pela Elisa Tolomelli; com Lula Carvalho assinando a foto, João Miguel no elenco e outros nomes...

Mesmo distante e atarefado, ele continua nos ajudando com os contatos de apoios, elenco e locações que, na época em que ainda produzia o INVERNO, foram engatilhados por ele e pela Mari - a outra ótima diretora de produção da parada.

Nesse meio tempo o blog foi criado, e eu mandei um email pro pessoal dizendo que qualquer um da equipe - inclusive o Renan - poderia postar o que quisesse por aqui. Como a ida dele para MG coincidiu com o surgimento de alguns problemas em seu antigo trabalho, ele acabou não tendo tempo pra se "despedir" de toda equipe do curta.

Aí ele resolveu postar a seguinte mensagem:

Olá a todos! Como vão indo as coisas?

Entao, infelizmente eu tive que "sair" (fisicamente) do projeto. Falo isso pq estou aqui em pensamento e ajudando na medida do possivel com apoio, elenco e locações...

Não sei se todos estão sabendo, mas fui convidado para trabalhar em um longa metragem chamado "A Hora e a Vez de Augusto Matraga", adaptação de um conto do Guimaraes Rosa que será filmado no interior de Minas. Fiquei muito feliz com esta oportunidade, aconteceu tudo muito rápido que só agora tive tempo para me comunicar com vcs...

Fiquei me interrogando: pq q tudo de interessante sempre acontece ao mesmo tempo? hehe... Enfim, queria dizer que acredito muito no "Inverno", não tenho dúvida que vai dar certo... a energia estava ótima e assim continuará! Estou daqui torcendo e pronto para qualquer ajuda "virtual" hehe!!

Parabéns a todos pelo empenho e dedicação!

Ah... aqui em Diamantina (que é a base) está rolando um festival de inverno com exibição de longas metragens; ano q vem podemos enviar o "inverno" para abrir as sessões! hehe =))

Grande Abraço!
Renan Brandão

Bom, é isso. Não só pela puxação de saco ele garantiu seu nome nos créditos.

Tivemos uma reunião de equipe hoje para apresentação dos conceitos e das decupagens de cada setor. A coisa foi boa!

Agora tô indo porque o Bernardo, Pedro e uma amida deles estão putos me esperando para assistir "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças". Segundo eles, o filme tem uma "atmosfera" parecida com a que eu quero para o INVERNO. Vamos ver...

Mikael Santiago

terça-feira, 7 de julho de 2009

começando pelo começo

Confesso que sempre achei esquisito esse lance de blog. Sei lá, é muita exposição. Me dá impressão de que é um diário aberto ao público; a todo e qualquer público.

Quer dizer, impressão é o caceta, é isso mesmo, de fato!

O que me deixa um pouco mais tranquilo é que, na verdade, tirando você que está o acessando agora - que provavelmente pertence a equipe do curta -, é pouquíssimo provável que "o grande público" perca seu tempo lendo esse diário.
Agora, é uma pena pensar que possivelmente o curta terá o mesmo destino do blog: "o grande público" passará longe de assistí-lo, independente do resultado final da coisa, uma vez que os curtas são quase que completamente ignorados pela TV (aberta ou fechada), tirando escassas exceções; e também pela Lei do Curta (afinal, isso é uma lei ou é só um boato de mau gosto?). Enfim, isso é outra discussão. O que me resta como opção, apesar de não ser a forma mais adequada de exibição, é disponibilizá-lo na rede pro pessoal ver pela internet quando for a hora.

De todo modo, vou usar o blog como diário de produção desse curta que está pra *nascer que se chama INVERNO. A intenção disso é arquivar em texto a maioria dos acontecimentos que... bem, acontecerão durante todas as etapas referentes ao projeto - pré-produção, gravação, pós-produção, montagem, finalização e, se tudo der certo (e dará), carreira pelo circuito de festivais. E é claro, isso aqui também vai funcionar como válvula de escape pra minha ansiedade (viu o que eu falei sobre exposição?).

Vou postar meus pensamentos sobre o andamento do trabalho, os conceitos que me guiam, a forma como articularei linguagem e narrativa, a maneira como será dada minha relação com os amigos de equipe, meus anseios, as minhas impressões sobre os resultados atingidos, as falhas e acertos notados, a escolha do elenco... enfim, tudo que achar relevante para um dia láááá na frente eu reler e perceber as idiotices que cometi, medir minha arrogância e ingenuidade, aprender com isso e me conhecer um pouco melhor.

Bom, falei pra daná e efetivamente quase não disse sobre o curta. Mas é isso, primeira postagem em blog não deve ser mole pra ninguém...

Volto quando tiver novidades!
Mikael Santiago

*piadinha interna que só entende quem leu o roteiro.

capa do projeto


Capa do projeto feita pelo fotógrafo, sócio e amigo Pedro França.