sexta-feira, 14 de agosto de 2009

vários coelhos numa só

Quinta-feira saímos pra jantar eu, Morotó, Mari e Godoi. A Mari queria me dar as últimas notícias da produção; eu queria comer, aí juntamos as duas coisas e fomos conversar num rodízio de massas.

Beleza, pizza vai - pizza vem, a Mari contou que fechou dois apoios de alimentação pro INVERNO. Um deles pra café da manhã e lanche da tarde e o outro pra biscoitinhos que rolarão ao longo dos dias de filmagem.
O Godoi, na reunião geral do dia 9, já tinha dado a notícia de que eles fecharam apoio de almoço em um restaurante na Barra pra um dos finais de semana.

Aí a Mari veio com uma história curiosa: enquanto ela negociava um dos apoios com o dono de uma dessas empresas (ou algo do tipo), ela estava sendo avaliada e nem sabia.
Pra resumir, no fim das contas, o... enfim, empresário gostou da forma como ela apresentou o projeto e a convidou para produzir uma revista pocket que ele está trazendo de BH, voltada para o público jovem; com notícias de festas, eventos culturais e tudo mais.

Só abrindo um parênteses, esse caso só prova o que eu venho falando pra ela: por mais que ela tente evitar e goste mesmo é de exercer direção e suas variantes, ela tem vocação de sobra pra produzir. Não que ela não tenha pra direção também, mas, bom, isso não muda o fato de que ela poderia transitar tranquilamente pelas duas funções. Agora, ela é cabeça dura pra caceta!

Voltando, ela gostou da idéia de produzir a revista e sugeriu, então, que fossem incluídas duas colunas no conteúdo das edições: uma sobre cinema e outra sobre web.
Eles chegaram ao acordo e acabou sobrando pra mim - mesmo só sabendo depois - a responsabilidade de assinar a coluna de cinema da revista. Legal, né?!

Nesse caso, a Mari fez juz ao título do post, já que ela saiu de lá acertando, ao mesmo tempo, o apoio pro INVERNO, a produção de uma revista, duas colunas novas em seu conteúdo, um colunista e o apoio pro ISAAC - abreviação carinhosa do título de seu curta que será rodado no fim do ano. Se ela quiser, com o apoio ou co-produção da Metrópole.

Aproveito pra "matar mais alguns coelhos" e anuncio o novo reforço da equipe de arte: Lia Sarno.
A Lia se formou comigo e acaba de voltar de Madri, onde fez um curso de pós-graduação especializado em direção para cinema. Não sei exatamente por que, e talvez nem ela saiba - essas coisas são assim mesmo -, mas, na Espanha, ela acabou tomando gosto por direção de arte. Lembro de ela ter feito na época de faculdade alguns trabalhos em direção, arte e produção, mas parece que ela voltou decidida. Que bom pra ela e que bom pro INVERNO.

A reunião geral de ontem foi ótima. O pessoal da maquinária e da elétrica pode ficar tranquilo: a Mari deu a boa notícia de que fechamos mais um apoio de alimetação. Portanto, ninguém passará fome no set em nenhum dia, inclusive eles - as dragas. =)

Bom, depois eu vou postar as logos das empresas que estão apoiando nosso curta como forma de agradecimento.

Os ensaios com a Giselle têm sido muito bons - as dicas do Paulo Marcelo estão ajudando bastante. Basicamente, pro trabalho de preparação, estamos utilizando o método da imaginação e não da memória emotiva - coisa que tentei inicialmente. Quer dizer, desconfio que seja quase impossível alguém - ator ou não - conseguir se separar de seus laços de memória emotiva, seja pra interpretar um papel ou, sei lá, pra escrever um romance da mais pura ficção. De modo que não dá pra determinar que um dos métodos se dá de forma isolada, sem influência alguma do outro. No caso da imaginação, por exemplo, é complicado crer que o histórico pessoal de emoções já vividas pelo ator não influencia sua interpretação - ainda mais quando é o caso de o personagem viver algo semelhante com o que já foi vivido por ele.

A vantagem do método da imaginação, como bem apontou o Paulo em nossa troca de e-mails, é que o ator não é tão, digamos, agredido, já que se trata de um método que trabalha prioritariamente com a farsa: quando acabam as filmagens, você sabe que o ator está bem. Muito melhor do que a possibilidade de ele sofrer com uma memória.

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Bom, a Mayara fotografou a Giselle com as possíveis combinações de roupas; o Mário já viu o que precisava pra começar a trabalhar na barriga; e a correria tá intensa.

Enfim, prometo que tentarei voltar com mais frequência e com postagens mais pontuais.

Mikael Santiago

4 comentários:

  1. "...o apoio pro INVERNO, a produção de uma revista, duas colunas novas em seu conteúdo, um colunista e o apoio ..."
    que Mari fantástica- de boca aberta!

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  2. Uma pergunta.

    As empresas que apoiam, nesses casos com coisas pequenas tem noção de que poderiam colocar acho que até 4% do IR em incentivo?

    Nesse momento me escapam as cifras exatas e todo o processo para poder usufruir da Lei Rouanet, mas quanto deve recolher um restaurante na Barra por ano? 4% deve ser valor significativo para rodar um curta e essa grana acaba não sendo aproveitada.

    Se houvesse um trabalho mínimo de esclarecimento com um pequeno folder e todo um roteiro para o empresário tivesse o mínimo de trabalho possível para fazer essa doação seria um facilitador para migrar uma grana a mais para projetos como esse.

    João Carlos

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  3. Pai, só vi seu comentário agora, quase 1 mês depois!

    Bom, esse lance do folder explicativo você já vem me dizendo há algum tempo e acho a idéia muito boa, apesar de eu encontrar um complicação séria para seu sucesso: ela exige que o empresário se envolva burocraticamente com o projeto, para atender às exigências da ANCINE. E esse é o tipo de coisa que a maioria acaba evitando, já que, por mais explicativo que o folder possa parecer, a relação que as empresas desenvolve com o pessoal de curta-metragem é, inicialmente, e em grande maioria, parecida com a de estar "fazendo um favor".

    De qualquer forma, é como você falou, essas empresas também estariam sendo beneficiadas nesse modelo. E, claro, há a possibilidade de, ao saber (ou supor) de antemão que as empresas não estariam tão abertas a esse tipo de negociação, acaba que nossa conduta no momento da apresentação da proposta pode não ser a mais adequada e segura, fazendo favorecer justamente essa postura deles diante de nós, pequenos realizadores: a de que estão fazendo um favor, mesmo quando oferecemos o espaço devido pras suas logo-marcas nos créditos do projeto.

    Enfim, vou estudar a coisa melhor e ver se dá pé!
    Se der, vou viver de curtas!

    =)

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